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Professores e instituições precisam “virar a chave” 16/04/2019

Professores e instituições precisam “virar a chave”

No lugar do táxi convencional, o Uber ou outro aplicativo.  Drones, carros autônomos e outras soluções de transporte já fazem parte da realidade das pessoas. E a escola? Continua com giz, canetões, slides em power point e discursos e mais discursos sobre os conteúdos curriculares. É preciso "virar a chave". E instigar esse movimento é o que o mestre em Tecnologias Emergentes em Educação e especialista em gestão escolar José Motta fará no no XV Congresso do Ensino Privado Gaúcho, promovido pelo SINEPE/RS, em Porto Alegre, com a palestra A Educação 4.0 e as Edtechs Emergentes

O professor acredita que a sociedade influencia as mudanças que deveriam ocorrer na escola que, por sua vez, tem a missão de inspirar as pessoas para que elas transformem o mundo à sua volta. “Na sociedade do conhecimento e da hiperconexão, não faz mais sentido que os resultados esperados sejam apenas ‘notas azuis’ nos boletins escolares. Mas sim, o que foi desenvolvido em termos de competências socioemocionais, de soft skills, de empatia, criatividade, comunicação e reskiling - a sobrevivência na era da informação. Para um mundo V.U.C.A. (sigla em língua inglesa para volátil, incerto, complexo e ambíguo), a escola precisa cultivar entre alunos e professores (e entregar a eles) aquilo que permite o opening minds, opening doors: a C.H.A.V.E. (Competência, Habilidade, Atitude, Valores e Ética).”

Nas palestras e workshops que ministra por todo o Brasil, Motta afirma que se depara com instituições estruturadas com elementos do século XIX, entregando práticas do século XX, para alunos do século XXI. Ao mesmo tempo, muitas organizações e educadores já conseguiram enxergar, fora dos muros da escola, um mundo em constante transformação e com diferentes demandas. Entre um extremo e outro, escolas que entregam tablets aos alunos ou permitem o uso dos próprios smartphones (Bring Your Own Device) sem nenhuma estratégia clara de ensino e aprendizagem. “É preciso compreender que a tecnologia é, e sempre será, um meio (e não um fim) para que a educação relevante significativa aconteça. Sabemos que a avalanche tecnológica do mundo acaba respingando na escola. Não cabe mais ignorá-la, mas incorporá-la de maneira a engajar, mediar, facilitar e criar canais para que o aluno seja o protagonista e construtor do seu próprio conhecimento. Com a orientação do professor, com muito learning by doing e com um espírito de aprendizagem colaborativa.” 

Ele se considera um ‘professor convertido’. “Em 2014, em meu 21º ano como professor, precisei recomeçar. As minhas práticas obsoletas não faziam mais sentido, não ensinavam mais como antigamente, ninguém aprendia como eu gostaria. E o que eu fiz? Busquei dicas de professores ‘inovadores’. Fiz muitas leituras e pesquisas. Realizei cursos sobre estratégias ativas na educação. Participei de palestras, workshops e eventos educacionais aderentes à chamada Educação 4.0. Saí da minha zona de conforto e ousei mudar as minhas aulas. Os resultados foram surpreendentes! Não aconteceram num piscar de olhos. Mas aconteceram!!!” Então ele alega que a pergunta não é “por onde as escolas devem começar”, mas: “Quando é que os professores começarão a mudança? Quando é que as escolas abrirão as portas para as inovações e investirão nessas novas tendências?”

 O choque de realidade que se costuma falar nem seria um choque se as instituições de ensino, por meio das suas práticas e processos, tivessem caminhado na mesma velocidade de organizações ditas inovadoras e disruptivas, alega Motta. “Sempre é tempo de recomeçar."