CEEd/RS debate regulação do uso de dispositivos móveis nas escolas
Encontro online reuniu especialistas e gestores escolares para discutir práticas e experiências sobre o tema

O Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul (CEEd/RS) realizou, no dia 21 de maio, a live “Ambiente Escolar e Foco na Aprendizagem: a regulação do uso dos Dispositivos Móveis”. O encontro virtual teve como objetivo discutir o impacto do uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos nos colégios, além de apresentar iniciativas adotadas por instituições de ensino no Estado.
Mediada pela conselheira Márcia Coiro, coordenadora da Comissão Especial do Regime de Colaboração do CEEd/RS, a live contou com a participação da presidente do Conselho, Fátima Ehlert, da jornalista Bruna Provenzano e da vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Luiza Suarez.
Para Luiza, a simples proibição do uso de celulares nas escolas — prevista na Lei 15.100/2025 — é uma medida superficial diante da complexidade do tema. Segundo a representante da UBES, é fundamental investir na formação das equipes escolares e na orientação dos alunos sobre os riscos e benefícios do uso da tecnologia, promovendo um uso consciente e pedagógico dos dispositivos.
Durante a transmissão, foram apresentadas experiências concretas de escolas públicas e privadas a partir da aplicação da legislação. Entre os destaques do ensino privado, esteve a participação da diretora do Colégio La Salle Medianeira, de Cerro Largo, Simoni Présent. Ela compartilhou ações implementadas pela instituição desde 2024, quando, dentro da disciplina de Filosofia, os alunos do Ensino Médio propuseram um “almoço sem celulares”, aproveitando o intervalo entre os turnos para se desconectar dos aparelhos.
Ainda no mesmo ano, a escola instalou nas salas de aula painéis com divisórias nomeadas, onde os estudantes passaram a guardar seus celulares durante as atividades. Naquele momento, o uso era liberado apenas nos intervalos e após as aulas. Com a entrada em vigor da legislação, o colégio passou a limitar o uso também nos períodos de recreio. “Quando a lei passou a valer, o colégio já havia iniciado uma caminhada para restringir o uso dos celulares na escola. O resultado foi uma convivência mais ativa e viva entre os alunos e o incentivo ao esporte e outras atividades coletivas”, relata Simoni.
A live reforçou a importância de políticas educativas aliadas à escuta de todos os atores escolares, promovendo ambientes mais saudáveis e focados na aprendizagem.