Conselheira do CNE traz orientações para a avaliação escolar durante a pandemia
Em encontro online promovido pelo SINEPE/RS, Maria Helena Guimarães defendeu a validade da avaliação nesse período e trouxe dicas às instituições para o retorno das aulas presenciais
Na tarde desta sexta-feira, 29/05, o SINEPE/RS promoveu encontro online com a conselheira do Conselho Nacional de Educação, Maria Helena Guimarães, para discutir sobre a avaliação escolar durante a pandemia. A especialista falou sobre a validade das avaliações durante as atividades domiciliares, fez alertas sobre os cuidados que os professores devem ter nesse processo e também sobre a importância de uma avaliação diagnóstica no retorno às aulas presenciais. Para Maria Helena, 2020 não será um ano perdido, pois todos estão trabalhando e se reinventando.
Segundo a conselheira, umas das preocupações iniciais das instituições no retorno à presencialidade deverá ser com a avaliação diagnóstica dos alunos, a fim de identificar as principais deficiências e definir quais etapas de ensino precisam receber maior atenção. Para a especialista, é preciso trabalhar o retorno com muito cuidado e atenção, com foco ainda em uma comunicação transparente com as famílias. Sobre quais alunos devem retornar primeiro, a conselheira acredita que a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental devem ser prioridade, especialmente as crianças em processo de alfabetização, pois são a parte mais sensível e de maior dificuldade com o ensino remoto. “No retorno essa criança precisará de uma avaliação diagnóstica e um plano de recuperação individual, para que ela continue aprendendo e chegue ao final do ano plenamente alfabetizada”, diz.
Questionada sobre a validade das avaliações nesse período de pandemia, a especialista afirmou que elas devem sim ser validadas, uma vez que o aprendizado no ambiente virtual é legítimo. Mas, para ela é fundamental o registro de todo o processo e a cobrança somente daquilo que o aluno realmente aprendeu. “Não tem cabimento exigir um aprendizado que o aluno não teve condições de adquirir”, reitera. Nos casos em que o estudante não realizou as atividades remotas, devido a uma opção da família, Maria Helena sugere que as escolas dialoguem com os pais, e no retorno, informem a necessidade de um plano de estudos intenso para cumprimento do ano letivo.
Na avaliação da especialista, hoje, a formação dos professores é o maior desafio para as instituições. “Levamos um susto com essa pandemia e o mundo inteiro agora soube que precisa se preparar para utilizar as tecnologias de aprendizagem”. Conforme ela, é fundamental que as escolas invistam na preparação desses profissionais, pois apesar de não substituir o professor, a tecnologia será um complemento fundamental no aperfeiçoamento do trabalho com os alunos. No encontro, a conselheira adiantou, ainda, que o CNE está elaborando um novo parecer para abordar a avaliação e a volta às aulas presenciais,
Na segunda parte do evento, a assessora pedagógica do SINEPE/RS, Naime Pigatto, e a diretora do Sindicato Marícia Ferri trouxeram as atualizações da área pedagógica e responderam aos principais questionamentos dos associados.
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