Do LEGO aos algoritmos: o futuro da educação começa na infância
Projetos de novas tecnologias e robótica no Colégio Anchieta mostram como o ensino pode ser dinâmico e significativo desde cedo
- enviado
pelo associado

Em um mundo cada vez mais digital, o domínio das novas tecnologias tornou-se fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. No Colégio Anchieta, de Porto Alegre (RS), essa preparação começa desde cedo: estudantes a partir dos três anos têm contato com conceitos de linguagem digital, robótica e pensamento computacional em atividades que aliam criatividade, lógica e diversão.
O compromisso da instituição com a inovação educacional está alinhado às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que propõe a inserção intencional e pedagógica das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na Educação Básica. Com isso, a escola não apenas acompanha as transformações digitais, como também assume protagonismo na formação de alunos autônomos, críticos e éticos no uso das ferramentas tecnológicas.
De acordo com o relatório Educação e Tecnologia de 2022, elaborado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), 90% dos educadores afirmam que o uso de ferramentas digitais melhora a participação em sala de aula e aumenta a motivação dos alunos. Além disso, a utilização de jogos educativos e atividades interativas contribui para o desenvolvimento da memória e habilidades de resolução de problemas.
Robôs e programação no dia a dia da sala de aula
Na Educação Infantil, crianças de 3 a 5 anos têm aulas de Linguagem Digital com o apoio do Kit Explorador Kids — um conjunto didático composto por robôs de piso, softwares de programação e tapetes pedagógicos. A proposta é estimular o raciocínio lógico, o letramento, o conhecimento matemático e a criatividade por meio de atividades lúdicas e práticas, com momentos plugados (com tecnologia) e desplugados (sem dispositivos).
A partir do Ensino Fundamental I, os estudantes de 6 a 9 anos ampliam os conhecimentos com disciplinas como Cultura e Mundo Digital, Pensamento Computacional e Linguagem Digital em Língua Inglesa. Nessas aulas, os alunos aprendem desde a estrutura dos computadores (hardware e software) até o uso de plataformas, explorando, de forma interativa e lúdica, desertos, savanas e florestas.
Oficina amplia o interesse por ciência
Além das aulas regulares, o Colégio Anchieta também oferece o projeto de contraturno InterAção, que oferece a oficina Vivências Tecnológicas. Ela utiliza o LEGO Education WeDo 2.0 — um kit de construção interativo com peças e programação por blocos. Por meio dele, os alunos aprendem, por exemplo, sobre diferentes tipos de caracóis, construindo seus próprios modelos, ou simulam terremotos para entender como ocorrem os desastres naturais. O objetivo é desenvolver competências cognitivas e estimular a resolução de problemas de forma lógica e criativa.
Ensino que prepara para o futuro
Para o professor de Tecnologias do Colégio Anchieta, Sandro Fiorese, a robótica educacional proporciona uma aprendizagem integrada por meio dos princípios de STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática). “É um ensino que vai além do tradicional. Ele desenvolve a curiosidade, o raciocínio lógico e o interesse pela ciência de forma envolvente, colaborativa e significativa”, explica.
Segundo Fiorese, essa abordagem é cuidadosamente planejada para dialogar com as competências gerais propostas pela BNCC, que orientam a inserção da tecnologia de maneira transversal e progressiva ao longo da vida escolar. Ao integrar teoria e prática em experiências concretas, o Colégio Anchieta consolida sua posição como referência em inovação pedagógica, formando estudantes preparados para enfrentar os desafios do século XXI com criatividade, autonomia e responsabilidade.