A taxa de inadimplência em cursos de ensino superior on-line aumentou 8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2021. Já na graduação presencial, houve queda de 11,1%, de acordo com pesquisa do Instituto Semesp e Fundacred, feita com base em dados de 357 instituições de ensino superior que representam 31% dos alunos matriculados no país.

Segundo o economista Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, a inadimplência em cursos presenciais caiu devido à volta dos alunos à sala de aula e à redução na base de alunos nesse tipo de curso. 

Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, o número de matrículas no setor privado caiu 7,12% em 2021. No primeiro trimestre de 2022, a PNAD registrou nova queda de 4,3% em relação ao primeiro trimestre de 2021.

“Enquanto a inflação em 2021, medida pelo IPCA, chegou a 10,16%, as mensalidades no ensino superior, medida pelo mesmo índice, registrou queda de 0,20%. Além disso, pesquisa sobre mensalidades escolares no Estado de São Paulo, teve queda do valor praticado em cursos presenciais de 18,92% e de 1,04% em cursos EAD”, disse Capelato. 

A inadimplência em curso presencial, no primeiro trimestre, voltou a patamares semelhantes ao início da crise econômica de 2015. 

A taxa de evasão anual, medida com base no Censo da Educação Superior do MEC, chegou a 32,4% em 2020, crescimento de 1,4% quando comparado a 2019.

A pesquisa Semesp/Fundacred mostra ainda que a taxa de inadimplência, no primeiro trimestre, nos grandes grupos educacionais (com mais de 10 mil alunos) aumentou 10,7%, percentual acima dos demais. Entre as instituições de médio porte (3 mil a 10 mil alunos), a alta foi de 5,7% e nas faculdades menores, o aumento foi de 2,5%.

No Estado de São Paulo, o percentual de atrasos apresentou queda tanto nos cursos presenciais (9,4%) quanto nos cursos EAD (6,9%) no primeiro trimestre. O índice geral em São Paulo apresentou queda de 4,6%, atingindo a taxa de 8,47%. Já o interior do Estado apresentou as maiores taxas de inadimplência. Em 2022, o percentual ficou em 10,8%, enquanto na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) chegou a 4,67%.