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21/07/2017

Palestrantes do Espaço MOVER instigam novas práticas

Luciana Corso, Renato Júdice, Luiz Felipe Lins e Miguel Thompson dão exemplos de como mudar dentro da sala de aula e fora dela

por Vívian Gamba
Palestrantes do Espaço MOVER instigam novas práticas
Questões práticas do ensino e da aprendizagem foram o norte dos palestrantes do Espaço MOVER (Minuto para Olhar, Viver, Escutar e Refletir). A doutora em Educação e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS Luciana Velhinho Corso, começou a exposição com a palestra "Qual o impacto do ensino sobre a aprendizagem do aluno?" falando sobre a obra "Aprendizagem visível para professores", de John Hattie, do qual foi revisora técnica. "Hattie apresenta resultados de mais de 15 anos de pesquisas, que sugerem como impactar de forma positiva a aprendizagem dos alunos. Precisamos buscar evidências seguras, resultados de pesquisas, o que elas apontam como práticas que dão resultados." Segundo Luciana, não existem receitas prontas, mas práticas que têm se mostrados mais eficientes e outras menos. A partir disso, os professores tomam decisões sobre o que incorporar e, a partir daí, devem constantemente avaliar os seus efeitos. O autor sugere que o foco deve ser a forma como o professor exerce impacto na aprendizagem do seu aluno, compreendendo e contextualizando suas estratégias, fazendo adaptações e novos planejamentos. "Trago o exemplo do efeito do tema de casa no desempenho do aluno. Há 161 estudos, que envolveram 100 mil alunos. Resultados evidenciaram que o efeito é muito mais positivo para a aprendizagem dos alunos do ensino médio. O que fazer no ensino fundamental, então? Uma abordagem diferente." Isso não significa abolir, mas dar uma outra roupagem, como desafios envolvendo a construção de moveis, pesquisas na internet, apoio da família. Foi o que fez um grupo de escolas, e observaram que o nível de satisfação foi muito melhor. "Temos que estar muito conectados com a forma como nossos alunos aprendem. Buscando nos aperfeiçoar, dialogar com os colegas e com os alunos", afirmou Luciana. Hattie mostra, na sua obra, a importância do social, a importância das trocas, mostra que a docência exige partilhar, fazer planejamento em conjunto. Mostra que se deve falar menos e escutar mais. "Nosso desafio é nos tornarmos professores de alto impacto, um professor especialista. Não necessariamente um professor experiente, mas que tenha desenvolvido os atributos necessários para a boa prática. Professor com compromisso de ensinar, que ter alta expectativa em relação à aprendizagem dos alunos, que abandona os rótulos, procura flexibilizar a sua ação docente, inova, aceita o erro. Aquele que dá feedback no sentido de orientar o aluno e recebe dele um feedback." Para Luciana, e para Hattie, a pergunta chave não é qual o melhor método, mas qual o melhor método para qual aluno, qual o melhor método para dar conta de qual conteúdo. É importante que o professor tenha conhecimento da vasta gama de possibilidades. O doutor em Educação pela UFMG e diretor de projetos de inovação no Colégio Elvira Brandão na área acadêmica do UNO Internacional e Avalia Educacional, Renato Júdice, trouxe a palestra "Uma escola centenária com ousadia para mudar: o case da Escola Elvira Brandão SP", uma escola de porte médio, com 650 alunos, com a tradição de 115 anos de existência. "A gente percebeu que o que garantiu a escola por 100 anos não garantiria nos próximos 100. Era preciso mudar." Ele pontuou que não há mudança sem atrito, sem incômodo, e por isso é preciso ousadia, porque não é para todos. Júdice alertou que muitas das empresas se preocupam com "o que" mudar, e as respostas para isso são muito operacionais - do livro para a apostilha, de bimestre para trimestre... -, não são a sua essência. "Começamos tentando responder `qual o nosso por quê? Por que fazemos o que fazemos?’; depois disso, o `que’ e o `como’ vieram naturalmente." O que a escola queria era proporcionar um mundo diferente para as próximas gerações, queria uma escola diferente, de espantos, e não de respostas certas. "Queríamos que o aluno chegasse e se espantasse, que pensasse `nossa, tenho que voltar para esse lugar amanhã’. Nosso sonho é que os alunos fossem lá para estudar, não para ter aulas." O ponto de partida para que esse sonho se realizasse foi a soma de uma gestão mais humanizada, que gerou compromisso e mostrou que todos na instituição estavam em busca do mesmo ideal; a isso se somou uma mudança de estrutura. "Se não temos ambientes inspiradores, se o contexto não te leva para a criatividade, como você pode esperar isso dos seus alunos, dos seus professores? Onde está a alma da escola? A vida dos alunos?" Na Elvira Brandão, os alunos pintaram a própria sala, e se apropriaram do seu espaço. Além disso, estabeleceu-se a proposta de compartilhar, com aulas mais participativas, trabalhos em grupo, e a proposta de uma escola mais personalizada, entregar ao aluno a escola que ele quer ter. A provocação de Júdice para os congressistas foi que a mudança pode sim, acontecer, mas não precisa ser macro, pode começar neles mesmos: "Quando você é diferente, o mundo todo é diferente. Não estou falando para você mudar a sua escola, mas para mudar você!" O caminho mais eficaz encontrado pelo professor Luiz Felipe Lins, que falou sobre "Superação + Motivação + Trabalho = Resultados Positivos em Matemática", foi dar sentido à matemática na vida das crianças. "É um tripé: conceito, instrumentalização e aplicação. Se o aluno tem uma boa construção do conceito, e eu consigo trabalhar bem a ferramenta e ele vê onde vai aplicar, passa a fazer sentido estudar. Matemática tem que ser mais que estudar fórmulas, mecanizar. Tem que fazer pensar, desenvolver raciocínio, estimular a lógica, a resolução de problema. Nesse olhar que eu tenho trabalhado e tenho tido resultados positivos, não com a Matemática segregadora, mas acolhedora." Professor na rede pública municipal e coordenador de Matemática do quarto e quinto anos do Ensino Fundamental na rede privada, na cidade do Rio de Janeiro, Luiz Felipe fez com que seus alunos chegassem à marca de 502 premiações em olimpíadas de Matemática. Trabalhando com alunos de diferentes níveis de conhecimento, os jogos fizeram parte da sua `fórmula’. "Como cada um tem um tempo (de aprendizagem), temos que ter diferentes instrumentos de trabalho no mesmo grupo. Vi que muitos alunos tinham dificuldade e eu não tinha tempo de dar atenção individualizada. A princípio, eu utilizava os jogos como uma recuperação paralela, para que eles tentassem suprir suas necessidades, não só com a minha ajuda, mas com a ajuda dos colegas, jogando." Então ele percebeu que os jogos eram uma ferramenta muito rica de construção de conhecimento, e com potencial de despertar no aluno um olhar diferente para a Matemática. Para ele, a primeira coisa que os professores devem perceber é que não estão prontos para nada. "A gente tem que continuar estudando e a cada dia e se dedicar mais. Cada geração vem com novas habilidades e perspectivas de futuro. Não estamos preparados para atendê-los. E sempre acreditando que ninguém nasceu para sofrer, ou para perder. Escola não é lugar de sofrimento, mas de acolhimento, de oportunidade, para ser feliz." O diretor executivo do Instituto Singularidades, consultor PNUD, MEC e autor de livros didáticos Miguel Thompson falou sobre as novas possibilidades didáticas para uma aula na palestra "Fim da aula expositiva?". Ao fazer algumas perguntas para a plateia - sobre conteúdos supostamente aprendidos no ensino médio - ele "provou" que os alunos passam anos do ensino básico recebendo conteúdo enciclopédico "que não servem absolutamente para nada". "Cada vez mais a anosa atenção está sendo repartida para uma série de outros fatores." A partir das transformações ocasionadas pela cultura digital e nos novos modelos de ensino-aprendizagem que a sociedade contemporânea demanda, a ideia é criar novos roteiros para a sala de aula e a educação como um todo. Ele defendeu essa mudança de paradigma, a mudança da aula expositiva e a entrada d cultura infanto-juvenil no meio escolar. "A escola tem que ser uma coletora de cultura. Sua função é organizar o conhecimento e estimular os jovens a criar significados para eles." Para Thompson, as aulas devem ser cada vez mais experienciais. "A escola não prepara para a vida, ela é a vida. Temos que produzir experiências. A sociedade está cada vez mais experiencial; por que a escola não? Confira abaixo vídeos dos palestrantes do Espaço MOVER, que responderam a perguntas dos professores após a palestra: **[Luciana Corso](https://youtu.be/EuMY8Yl0Xyg)** **[Renato Júdice](https://youtu.be/JrsGosIFxVM)** **[Luiz Felipe Lins](https://youtu.be/58N2aiNd-74)** **[Miguel Thompson](https://youtu.be/AsYthRBc8tI)**

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