Vivemos um grave momento de insegurança onde as mais simples tarefas nos causam aflição. Levar e buscar um filho na escola se tornou uma tarefa de risco. Não podemos mais deixar nossas crianças na rua, um espaço de construção onde desenvolvem o convívio social e vivem a liberdade da infância. Nós, cidadãos de bem, e nossos filhos, perdemos a liberdade. Vivemos uma guerra, sem estarmos em guerra. Precisamos que o Estado faça a sua parte e saiba potencializar a colaboração da sociedade, ou será que necessitamos de um Leviatã? É preciso mais educação, sim. É tarefa crucial para reduzir desigualdades bem como para a recuperação e o desenvolvimento do País. Mas só isso não basta. Até porque os seus melhores resultados, por serem mais profundos e estruturais, advirão num tempo mais longo. Há medidas imediatas, a cargo dos poderes públicos, com a participação da sociedade, que não podem mais ser deixadas para depois. Não cabe, aqui, listá-las, até porque são conhecidas e os exemplos são muitos (Medellín, Chicago, Diadema, etc.), tal como vem sendo noticiado. O que importa, antes do mais, é conjugar o legítimo exercício da autoridade com a expressiva redução da impunidade. A violência criminosa comprime a liberdade e põe em cheque o convívio social. A segurança social é também um valor democrático. Sem ela as escolas minguam, e a educação se esvai. Não podemos ter medo de levar nossos filhos à escola e a quaisquer espaços comunitários, sejam eles públicos ou privados. Medo e passividade não educam. Precisamos reagir com desprendimento e inteligência! O mínimo que a humanidade espera de nós é o poder de indignação. Em respeito à sacralidade da vida, vamos exercê-la, irmanados com a sociedade gaúcha. Diretoria SINEPE/RS (Esse manifesto foi veiculado nos jornais Zero Hora e Correio do Povo nessa sexta-feira, 2 de setembro de 2016.)