Marcas que encantam: conexões que fortalecem a educação
No 18º Congresso do Ensino Privado, especialistas mostram como o branding e a experiência de atendimento constroem valor, pertencimento e vínculos duradouros
Em um mundo em que tudo compete pela atenção, criar experiências memoráveis se tornou um diferencial estratégico para as instituições de ensino. No 18º Congresso do Ensino Privado, promovido pelo SINEPE/RS, os palestrantes Arthur Bender e Marcus Bernardes trouxeram olhares complementares sobre esse desafio. Ambos reforçaram que educar vai além do conteúdo em sala de aula: é também criar vínculos emocionais e experiências significativas que fortalecem a confiança e o valor percebido por alunos, pais e colaboradores.
Realizada na manhã desta sexta-feira, dia 25, a palestra de Arthur Bender – referência nacional em personal branding – destacou uma ideia central: as pessoas não compram produtos, compram significados. Em um mundo saturado de mensagens e ofertas, o valor de uma marca está menos no que ela vende e mais no que representa. Bender citou exemplos de empresas que falharam por acreditar que bons produtos bastavam, ignorando a força simbólica da marca. Para ele, é a percepção que move o consumo – e isso vale tanto para tênis quanto para instituições de ensino: o que convence não é apenas o preço, é a história, a comunidade, o pertencimento.
O palestrante também apontou dois grandes dilemas contemporâneos: marcas sem significado e pessoas sem propósito. Mesmo com investimentos em endomarketing e treinamentos, muitas instituições enfrentam o fenômeno dos “zumbis corporativos” – profissionais que cumprem tarefas mecanicamente, sem conexão com o que fazem. “Não pedir que vistam a camiseta da empresa se isso não fizer sentido para elas”, afirmou. Para Bender, a solução passa por resgatar o propósito e por criar uma cultura onde o trabalho tenha sentido real e humano.
Outro ponto marcante da fala foi o contexto atual: um tempo marcado pelo excesso de opções, pela urgência nas respostas e pela ansiedade como sintoma social. Bender explicou que a sobrecarga de escolhas gera paralisia e desengajamento, tanto em consumidores quanto em colaboradores. Em meio a tantas possibilidades, o tempo se tornou o ativo mais precioso – e quem compreende essa realidade consegue entregar mais valor. O desafio das instituições, então, não é apenas comunicar, mas comunicar com empatia, reconhecendo a dor e a urgência do outro.
Bender ainda provocou o público a refletir sobre os dois grandes caminhos do posicionamento de marca: preço ou significado. Competir por preço exige escala e margens apertadas – uma escadaria que só desce, como definiu. Já o caminho do significado permite elevar o valor percebido sem depender apenas de descontos. Isso exige acessar a dimensão emocional da decisão de compra. “A gente compra história, pertencimento, valores, comunidade”, sintetizou.
Padrão de eficiência
Já na palestra realizada no dia 23, o empreendedor Marcus Bernardes trouxe a magia da Disney para dentro da realidade escolar. Com leveza e muitos exemplos práticos, apresentou os pilares que sustentam o sucesso da gigante do entretenimento – elenco, cenário e processo – e mostrou como esses conceitos podem ser adaptados ao dia a dia das instituições de ensino. “Não adianta criar a escola mais bonita do planeta se não houver pessoas preparadas, reconhecidas e felizes para torná-la encantadora”, ressaltou. O encantamento, segundo ele, começa nos bastidores.
Bernardes também destacou a importância dos detalhes no ambiente escolar: limpeza, sinalização, acolhimento e organização compõem uma experiência que comunica valores. “Na Disney, até a distância entre as lixeiras é pensada. Na escola, o cuidado com o ambiente diz muito sobre quem somos”, afirmou. Para ele, pequenas atitudes de atenção e gentileza fazem diferença na percepção de qualidade e confiança – essenciais para encantar alunos, pais e visitantes.
Outro ponto fundamental foi o valor de processos bem definidos. A Disney tem protocolos para todas as situações, inclusive para imprevistos. Bernardes questionou: “Se algo inesperado acontecer na sua escola, existe um processo claro e treinado? As crianças e os funcionários saberiam o que fazer?”. Para ele, a sensação de mágica vem, na verdade, de muito planejamento e uma rotina bem estruturada.
Ao final, Bernardes apresentou as cinco chaves que guiam o atendimento Disney: segurança, cortesia, inclusão, show e eficiência. Sugeriu que cada escola crie seus próprios padrões de excelência e mapeie a jornada de quem chega até ela. “Experiência inesquecível é feita de todos os pontos de contato. Quando vocês desenham essa jornada, criam oportunidades de encantamento e aumentam as chances de matrícula”, concluiu.
Sobre o Congresso
O 18ª Congresso do Ensino Privado é uma realização do SINEPE/RS e tem como patrocinadores: FTD Educação, PUCRS, SAS Educação, Pearson Thomas Bilíngue for Schools, Editora do Brasil, International School, Bernoulli Sistema de Ensino; Santillana Educação; Poliedro Sistema de Ensino; COC; ZOOM EDUCATION FOR LIFE; HUMUS Educação; Somos Educação e Macmillan Education. Apoiadores: Applause Formaturas e Bike Village.